HISTÓRIA DO BRÁS

Foto do Brás

      Os primeiros registros do bairro do Brás remontam ao início do século 18, quando foi pedida a edificação de uma capela em homenagem ao Senhor Bom Jesus do Matosinho em uma chácara de José Braz (assim mesmo, com “z”). Ao que parece, as primeiras referências a esse José Braz constam em atas da Câmara dos Vereadores de 1769, quando se despacharam várias petições em nome do mesmo. Tal chácara ficava na margem de uma estrada, que era conhecida como “Caminhos do José Braz”, passou a ser a Rua do Braz, e hoje leva o nome de Avenida Rangel Pestana.
      São Paulo nessa época não tinha mais que 30 ruas, e por ser uma cidade extremamente pacata foi escolhida em 11 de agosto de 1827, juntamente com Olinda (Pernambuco) para sediar uma Academia de Direito. Nas imediações do Brás existiam várias chácaras onde residiam famílias ricas da época, entre elas a do engenheiro Carlos Bresser e a chácara do Ferrão, que pertencera à Marquesa de Santos – a preferida do imperador D. Pedro I.
      No ano da proclamação da República, a capital contava com 65 mil habitantes. O desenvolvimento do bairro foi lento, até que veio a cultura do café e com elas os imigrantes. Oras, a Hospedaria dos Imigrantes ficava (e fica) no Brás. Assim que os imigrantes desembarcavam em Santos eram encaminhados – de trem – até o Brás, de onde partiam para as lavouras de café no interior do Estado. Mas muitos imigrantes preferiam ficar na capital, o que transformou o bairro num local onde a influência italiana se fez sentir de maneira decisiva.

Foto2 do Brás

      A partir daí as fábricas juntaram-se ao café e trouxeram um grande desenvolvimento ao bairro. Os italianos começaram a montar suas pequenas fábricas, e o progresso chegou depressa. Basta ver: em 1886 o Brás tinha 6 mil habitantes, e em sete anos esse número aumentou cinco vezes mais. Claro, a grande maioria era de italianos – o bairro era uma pequena Itália.
      A partir da década de 40, devido a uma grande seca que atingiu diversos estados do Nordeste, ocorreu no bairro uma constante e progressiva entrada de nordestinos, na mesma medida em que diminuía a presença dos italianos. Com o correr do tempo o Brás foi perdendo a característica italiana, dando lugar ao comércio nordestino – ou seja, alimentos, roupas, músicas.
      O desenvolvimento era inevitável, e a construção do metrô na década de 1970 modificou a paisagem do bairro. Mais de 900 imóveis foram demolidos, e, posteriormente, surgiram vários prédios ao longo da linha do metrô. O comércio tomou a forma atual a partir dos anos 1970, quando o ramo de confecção despontou na região.
      Nos dias de hoje o Brás é bem diferente do Brás que existia no final do século 18, hoje é em dos principais pólos comerciais do país.

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